O menino do deserto.
''morto ao alçar a voz''
Amor
alenta-te
amor
levanta-te.
O menino do deserto
perambulava solitário
fincando os pés na areia
falando do céu e de
escorpiões
trazendo miseras e suadas
tâmaras
deslizando como um anjo entre
as brumas arenosas
brincando próximo ao minarete
suflando o vento
percorrendo uma rua sem volta.
Menino
não me diga que os rios não correrão mais
que se afogarão em areias
não me diga que se perde
aquilo que não se tem
não me deixe levar por
seus tolos pensamentos
reais.
Menino
não me diga que as almas
desaparecem nas montanhas
onde renascerão na noite
seguinte
não me diga que a fé não
nos irmanará
não me diga que desiste
de mim.
O menino do deserto
brincava de vida
destinava comiseração
arfava-se de dor
o menino do deserto
desenhou o celerado
acenou sorrindo
até verter
a vermelha fé.
Amor
regresse
amor
leve-me
ao fim.
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