Marcadores

Pesquisar este blog

12.8.21

NATURAL

 



NATURAL

Pousado em teu seio quente.

A relva do amanhecer.

Guarda tuas lembranças.

De longínquos momentos brandos.

 

Teu grito ecoa solitário.

Perdido, despido.

Arrependido.

 

Tuas águas mornas.

Dragam-se nas rupturas humanas.

 

Quem há de cuidar de ti?

Eu? Que tão pouco sei de mim!

Que não dou mais, que um passo.

Sem te ferir, sem lançar sobre ti.

Os malefícios da modernidade.

 

Tu que era tão bela, tão jovem.

Traz agora marcas indeléveis.

Em tua face azul.

 

Teus seres outrora livres.

Agora se veem aprisionados.

Enjaulados, acuados.

Tristes, perdidos.

 

Tuas vestes vivas, coloridas.

Agora são moldadas, refeitas, recicladas.

 

Esperamos tanto de ti.

Tiramos tanto de ti.

Em troca derramamos por todo o teu corpo robusto.

Nossos refugos, nossos dejetos nossa ignorância.

 

Ainda me lembro de ouvir falar que tu.

Um dia foi tão verde que parecia ser eterna.

Ouvi falar que tuas águas límpidas, sagradas.

Eram inesgotáveis!

Mentiras que cresci querendo acreditar.

 

Sei que ainda guarda, belos prazeres, em forma de cenários.

Que não fiquem!

Futuramente aprisionados, refugiados.

Apenas em lembranças, pinturas ou fotografias.

 

Desejo-lhe vida longa, infinita!

Que meu último beijo seja em tua boca ‘’Natural’’!

Tua boca de “Terra”.


Imagem:

<a href='https://www.freepik.com/photos/nature'>Nature photo created by wirestock - www.freepik.com</a>

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EU

                                                                 Eu   “C” confesso não ser de toda má tampouco estar nos braços ...