LIVRE
Caminho sob as sombras da ignorância
Sigo passos desenhados pela hipocrisia
Encontro-me em meio a rostos desnudos
De sorrisos cavilosos
Assino as regras impostas por uma
Sociedade servil desesperada
Em busca da vida conformista
Previamente descrita
Artificialmente rebuscada
Por burgueses inexatos
Posto-me diante da esfinge ‘humana’
Que me devora por minha inabilidade
Buscam a ‘incoerência’ dos meus atos
No grande livro das condutas toleráveis
Julgam minha cor, meu corpo, julgam minha fé ou a
falta dela
Julgam minhas roupas, meus cabelos e até minha libido
Enquanto
psíquicos mestres
Assinam o veredito
“Inapta ao convívio da sociedade moral’’
Munidos de suas verdades encerram ‘a liberdade’
Agiganto-me derrubo o embuste
Dilacero as amarras, retiro a casca imposta
Regozijo na indecência da decência dos castos
Purifico-me na alma dos impuros, puros
Beijo cinicamente a face dos acéfalos, cultos
Saboreio a amizade dos meus
Abraço os que me são caros
Agradeço a compreensão dos incompreendidos
Enquanto aguardo o pedido de perdão: dos ignorantes
Grito: Enfim LIVRE!
Lindo parabéns
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