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14.8.21

LIVRE

 

LIVRE

Caminho sob as sombras da ignorância

Sigo passos desenhados pela hipocrisia

Encontro-me em meio a rostos desnudos

De sorrisos cavilosos

Assino as regras impostas por uma

Sociedade servil desesperada

Em busca da vida conformista

Previamente descrita

Artificialmente rebuscada

Por burgueses inexatos

 

Posto-me diante da esfinge ‘humana’

Que me devora por minha inabilidade

Buscam a ‘incoerência’ dos meus atos

No grande livro das condutas toleráveis

Julgam minha cor, meu corpo, julgam minha fé ou a falta dela

Julgam minhas roupas, meus cabelos e até minha libido

Enquanto   psíquicos mestres

Assinam o veredito

“Inapta ao convívio da sociedade moral’’

Munidos de suas verdades encerram ‘a liberdade’

 

 

Agiganto-me derrubo o embuste

Dilacero as amarras, retiro a  casca imposta

Regozijo na indecência da decência dos castos

Purifico-me na alma dos impuros, puros

Beijo cinicamente a face dos acéfalos, cultos

Saboreio a amizade dos meus

Abraço os que me são caros

Agradeço a compreensão dos incompreendidos

Enquanto aguardo o pedido de perdão: dos ignorantes

Grito: Enfim LIVRE!


Um comentário:

EU

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