Marcadores

Pesquisar este blog

26.9.21

Fragmentos

Trecho do Livro: O menino do deserto.


Não costumo tentar explicar o inexplicável, ou questionar o tenebroso, o racional, o irracional, o lúcido ou o louco.

Você está dirigindo em uma noite escura chuvosa, o carro quebra,  justo quando está sozinho.

Você procura ajuda, um telefone, não encontra. Depois de uma breve caminhada. Você se depara com uma casa em meio ao nada.

Uma casa em ruínas, não é estranho o quanto ela lhe parece familiar, embora você nunca, tenha estado ali antes, talvez os escritores e os loucos expliquem tantas coincidências, tantos clichês.

Você está com medo, apavorado, sente algo errado.

Então por que diabos você entra?

Você entra porque precisa de respostas, na sua infortunada vida.

Lá dentro os olhos do inexplicável começam a lhe observar. Sentindo em você uma porta generosamente aberta para a psicose e quando sair a estará levando consigo.

Nada existe ou jamais existiu, nada dento daquela casa, mas a sensação de que houve uma história ali, que algo um dia aconteceu, lhe faz arder. Então você sente  o obscuro, o invisível.

Não se pergunta às vezes por que ninguém nunca os vê? Ninguém nunca os toca? Porque os miseráveis insistem em lhe perseguir em estar ao seu lado? Não se esqueça. Foi você quem abriu a porta.

Você luta contra sua alienação mental, mas está sempre a procurar algo atrás das cortinas, a outra face no espelho.

Teme em ficar só, no entanto, desce escadas escuras no meio da tempestade.

Não há nada a sua frente, então como escapar da dormência da sua racionalidade?

Antes de dormir você olha embaixo da cama, suspira aliviado, por nada ver. Será?

Subitamente abre as portas do armário e ali está o objeto do teu medo da tua agonia, o nada, novamente.

Você se sente só incompreendido emotivo.

Precisa fazer, a clássica pergunta sem ela nada estaria completo.

“Quem está aí?”.

Tolo!

No fundo, sabe que não haverá resposta, mas se um dia ele resolver dizer: “Eu”.

Você pensará, quem será este “eu” que nunca vi? Não sei seu nome, não participei, de sua vida, não toquei seu corpo, quem afinal ele será?

Eu lhe digo, ele é apenas fragmentos de sua própria história.

Um dia que compreenderá por fim.

Que os esquecidos os incompreendidos os possuídos não apenas servem a sua demência como se alimentam dela!

Você precisa voltar ao princípio a “casa” as ruínas para encontrar a resposta.

Aquela mesma que você nunca terá…

Porque você é um tolo em acreditar, ser preciso um caminho a ser encontrado, se você fosse sábio você faria.

 Autora: Viviani Ketely

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EU

                                                                 Eu   “C” confesso não ser de toda má tampouco estar nos braços ...