Não costumo tentar explicar o
inexplicável, ou questionar o tenebroso, o racional, o irracional, o lúcido ou
o louco.
Você está dirigindo em uma
noite escura chuvosa, o carro quebra,
justo quando está sozinho.
Você procura ajuda, um
telefone, não encontra. Depois de uma breve caminhada. Você se depara com uma
casa em meio ao nada.
Uma casa em ruínas, não é
estranho o quanto ela lhe parece familiar, embora você nunca, tenha estado ali
antes, talvez os escritores e os loucos expliquem tantas coincidências, tantos
clichês.
Você está com medo, apavorado,
sente algo errado.
Então por que diabos você
entra?
Você entra porque precisa de
respostas, na sua infortunada vida.
Lá dentro os olhos do
inexplicável começam a lhe observar. Sentindo em você uma porta generosamente
aberta para a psicose e quando sair a estará levando consigo.
Nada existe ou jamais existiu,
nada dento daquela casa, mas a sensação de que houve uma história ali, que algo
um dia aconteceu, lhe faz arder. Então você sente o obscuro, o invisível.
Não se pergunta às vezes por
que ninguém nunca os vê? Ninguém nunca os toca? Porque os miseráveis insistem
em lhe perseguir em estar ao seu lado? Não se esqueça. Foi você quem abriu a
porta.
Você luta contra sua alienação
mental, mas está sempre a procurar algo atrás das cortinas, a outra face no
espelho.
Teme em ficar só, no entanto,
desce escadas escuras no meio da tempestade.
Não há nada a sua frente,
então como escapar da dormência da sua racionalidade?
Antes de dormir você olha embaixo
da cama, suspira aliviado, por nada ver. Será?
Subitamente abre as portas do
armário e ali está o objeto do teu medo da tua agonia, o nada, novamente.
Você se sente só
incompreendido emotivo.
Precisa fazer, a clássica pergunta
sem ela nada estaria completo.
“Quem está aí?”.
Tolo!
No fundo, sabe que não haverá
resposta, mas se um dia ele resolver dizer: “Eu”.
Você pensará, quem será este
“eu” que nunca vi? Não sei seu nome, não participei, de sua vida, não toquei
seu corpo, quem afinal ele será?
Eu lhe digo, ele é apenas
fragmentos de sua própria história.
Um dia que compreenderá por
fim.
Que os esquecidos os
incompreendidos os possuídos não apenas servem a sua demência como se alimentam
dela!
Você precisa voltar ao princípio
a “casa” as ruínas para encontrar a resposta.
Aquela mesma que você nunca
terá…
Porque você é um tolo em
acreditar, ser preciso um caminho a ser encontrado, se você fosse sábio você faria.